Última alteração: 2017-08-18
Resumo
Como se dá a integração entre os programas de pós-graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)? A integração é diferente em cada área disciplinar? As interações são as que se esperaria pelas afinidades temáticas dos programas? Essas e outras perguntas que motivaram o presente trabalho surgiram em discussões no âmbito do Grupo de Trabalho para Estudo e Acompanhamento da Pós-Graduação Stricto Sensu, criado pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PR-2) e pelo Conselho de Ensino para Graduados (CEPG), com a finalidade de subsidiar a discussão, no CEPG, da política de pós-graduação a médio e longo prazo. Nesse trabalho, essas questões são abordadas por uma perspectiva de redes complexas, onde os nós da rede representam cada programa e arestas representam interações entre programas. Usando os dados submetidos anualmente pelos programas à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), extraídos da plataforma Sucupira, três tipos de relacionamento entre programas foram considerados, cada um informativo de relacionamentos mais ou menos concretos: (1) a existência de orientadores em comum entre programas – que revela uma relação já institucionalizada, oficial e reconhecida –, (2) a existência de autores em comum na produção intelectual dos programas – que revela interações reais, mas talvez de volume menor ou esporádicas, sem regularidade ou que simplesmente não envolvam discentes, não justificando assim o registro dos participantes como orientadores – e (3) o grau de similaridade e frequência dos termos usados nas linhas de pesquisa declaradas pelos orientadores dos programas – que revela potenciais afinidades temáticas, não necessariamente realizadas, mas que possivelmente mereçam ser incentivadas. Uma vez geradas as redes, de acordo com cada uma dessas definições de relacionamento, foi feita uma análise de comunidades, a fim de separar a rede em grupos sem interseção cujos membros são densamente conectados entre si e esparsamente conectados com nós externos ao grupo. De posse das redes de relacionamento e do agrupamento em comunidades baseadas nessas relações, foi possível derivar conclusões sobre o papel dos centros e da proximidade física e organizacional no estímulo a colaborações em pesquisa e sobre os níveis variados de interação em diferentes áreas disciplinares contempladas na UFRJ, que poderão servir de base para orientar a política de pós-graduação da universidade.